terça-feira, 12 de junho de 2012

Mais uma de reflexão

Minhas motivações se afundaram em um grande buraco negro, juntamente com as minhas fantasias. Talvez pela primeira vez esteja realmente vivendo, e não somente ocupando minha vida com objetivos futuros e incertos.
Mas não poderia eu ter os dois? Ou seria privilégio demais para alguém como eu, desprovida de ter nascido "de bruços para a a Lua"?
Quero meu mundo fantasioso outra vez, nem que eu me perca nele para o resto da vida. Melhor assim do que ser uma alma vagante, sem as menores perspectivas.
Felicidade? Sim. Realizações? Ainda não.
Quem sou eu, você me pergunta. Me denominaria com uma "cigana disfarçada de cidadã comum". Sou assim, desprendida, e ao mesmo tempo não. Preciso me renovar, ainda que timidamente. Sou impaciente, inconstante, problemática. Me vejo cheia de objeções.
Eu volto, retorno, volto outra vez, me arrependo, faço de novo na tentativa de não ter um novo arrependimento. É isso que dá ter várias vidas. Quero todas e não quero nenhuma.
Começo a pensar e as palavras vão saindo. Talvez estes textos que escreva só eu os entenda. Tudo bem, afinal, é só um desabafo meu para eu mesma; até porque nada fica explícito para que alguém entenda plenamente.

É só mais uma das problemáticas da minha mente.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Vou te contar sobre hipocrisia...

Os "adoradores de Deus", pregadores da bondade e respeito para com o próximo, são os mesmos que saem do culto, segurando uma rosa branca dada na porta de saída, representante da Paz, e jogam a "rendinha" que embala suas pétalas, no chão da via pública, exaltando seus pecados "pagos".

 Amém.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Palavrões

O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional a quantidade de foda-se que ela fala.
Existe algo mais libertário do que o conceito do foda-se!?
O foda-se aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Me liberta.
- Não quer sair comigo ?
Então foda-se!
- Vai querer decidir essa merda sozinho (a) mesmo?
Então foda-se!.
O direito ao foda-se deveria estar assegurado na Constituição Federal.
Os palavrões não nasceram por acaso.
São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos.
É o povo fazendo sua língua.
Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.
Prá caralho, por exemplo.
Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que Prá caralho?
Prá caralho tende ao infinito, é quase uma expressão matemática.
A Via-Láctea tem estrelas prá caralho, o Sol é quente prá caralho, o universo é antigo prá caralho, eu gosto de cerveja prá caralho, entende?
No gênero do Prá caralho, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso Nem fodendo!.
O Não, não e não e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade Não, absolutamente não o substituem.
O Nem fodendo é irretorquível, e liquida o assunto.
Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida.
Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral?
Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo:
Marquinhos presta atenção, filho querido, Nem fodendo.
O impertinente se manca na hora!
Por sua vez o porra nenhuma atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional: ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!.
O porra nenhuma, como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior.
É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha.
São dessa mesma gênese os clássicos aspone, chepone, reponee mais recentemente, o prepone - presidente de porra nenhuma.
Há outros palavrões igualmente clássicos.
Pense na sonoridade de um Puta-que-pariu, ou seu correlato Puta-que-o-pariu, falado assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba...
mitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.
E o que dizer de nosso famoso vai tomar no cu!?
E sua maravilhosa e reforçadora derivação vai tomar no olho do seu cu!.
Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: Chega! 
Vai tomar no olho do seu cu!.
Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima.
Desabotoa a camisa e sai a rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor íntimo nos lábios.
E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: Fodeu!.
E sua derivação mais avassaladora ainda: Fodeu de vez!.
Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?
Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa.
Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro
e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala?
Fodeu de vez!.
Liberdade, Igualdade, Fraternidade e Foda-se!!! 

terça-feira, 15 de maio de 2012

Deixei tudo, de repente. E de repente, num curto espaço de tempo, tudo muda diante dos meus olhos, ou melhor, diante de relatos.
Por que essa falta do que já não tinha? Por que essa falsa dependência? O meu sentimento inconsciente revelou-se; adormecido estava.
Meu apego familiar na verdade existia, porém, de forma que eu o via realista demais para continuar a tê-lo por perto. Fugi de tudo o que me fazia mal, que na verdade era apenas mais uma "revolta adolescente"; ou não. Poderia escrever linhas de justificativas plausíveis para ter me afastado de tudo. Infelizmente a lista ficaria incompleta, já que muitas coisas morrerão comigo.
Cresci em um ambiente que não corresponde ao que sou hoje. Nada mesmo. Engraçado pensar assim, já que a tendência das crianças é crescer de forma a ter a família como espelho, pelo menos em alguns aspectos. O que faltou para minha formação mental foram imposições, graças a Deus. Religiosamente, socialmente, profissionalmente, pessoalmente. Cresci sozinha e inconstante. Acho que isso tem explicação. Não me acho em meu próprio mundo porque talvez ainda não o enxergue.
Me tornei maior de idade achando que teria o dever de seguir um caminho contrário e revolucionário para me dar bem e me destacar como pessoa. Não me via fazendo as mesmas coisas que os outros, até porque sempre me vi fora da sociedade a qual fui educada. Não pertencia àquela instituição, tampouco ao grau de sociedade que lá estava. Eu era uma estranha, uma desprovida de tudo.
Timidez, humilhação, constrangimento. Janelas fechadas, risadas apontadas, vergonhas. Tudo e mais um pouco contribuiu para uma série de revoltas silenciosas e gritantes, porém, sempre sensatas. A sensação que tenho às vezes é de que tudo o que faço acaba por ser frustadamente errado.
Eu sou assim, sempre assim.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

"Viagens" de um dia confuso

Mais um dia, com a variação de mental mudando em um tempo muito curto, desejando ansiosamente que eu enlouqueça de vez. Hoje estou bem, amanhã mal. Hoje quero a volta, amanhã a permanência. Hoje Caxias, amanhã São Paulo. Ontem o Jornalismo, amanhã o Direito. Ontem meu futuro, hoje meu passado. Quero tudo, tantas coisas de uma vez! Minha loucura já começa daí. Não tenho foco predominante. Sou uma metamorfose ambulante. Meus pensamentos voam longe como se eu pudesse resgatar vontades, desejos, experiências anteriores, e com isso outro momento de dúvida na minha cabeça. Não sei. Sou presa aos meus pensamentos e idealizações, e isso tem jeito de que nunca irá mudar. Por mais que os anos passem a maturidade me ensine a superar tudo isso, sinto que sim, isso faz parte de mim. Não bastasse desejos incontroláveis e distintos entre si, a ansiedade acompanha isso de maneira a me atormentar e a gerar consequências desagradáveis em minha vida. 
Hoje, só vivo de acordo com o que a vida têm a me oferecer, embora sofra. Abraço todas as alegrias e desafios, mas às vezes sinto não ser forte para encarar tudo sozinha, ainda mais com meu orgulho gigantesco.

Almejo o futuro. Sugo o meu passado.



quarta-feira, 25 de abril de 2012

A sensação de impotência com o "queijo" sobre as mãos. Revoltante, e ao mesmo tempo estranho. Tudo mais em mãos, todo o alcance possível e só a sensação de mais um dia... até que passa e eu volto ao sonho. O contrario acontecia, é bem verdade. Não sei o que pode ser pior: encarar a realidade como um grande sonho, ou um grande sonho como uma realidade comum aos meus olhos.