terça-feira, 27 de setembro de 2011

Olá, Limeira! - Parte 1

Às vezes a impressão que dá é que a minha vida sempre foi assim. É como se nada de novo tenha acontecido e que meus olhos sempre foram acostumados a ver toda essa diferença que, aliás, muito estranho foi de primeira vista, se puxo da memória. Ao mesmo tempo, tudo muito novo.
A beira de completar 10 meses que estou totalmente desprendida da minha vida habitual, muitas coisas aconteceram. Me descobri mais forte do que sou, mais insana do que poderia imaginar. Foram muitas coisas jogadas no meu colo de uma só vez. E apenas duas opções: aceitar ou não aceitar. Me desafio hoje a viver tudo que os meus até então 19 anos não me permitiram.
Desejei muitas coisas, porém, a coragem do primeiro passo nunca havia dado as caras - embora a esperança de  uma oportunidade de mostrar minhas vontades nunca morrera.
Hoje talvez não esteja vivenciando exatamente tudo que planejara, mas ao menos estou vivendo muitas experiências novas; aprendizados, convivência, sentimentos dos mais envolventes. Estou me permitindo levar.

Quando decidi visitar minha tia e primos em Limeira, algo me dizia que eu não iria voltar. Não sei, é estranho, pois a cidade não me parecia apresentar perspectivas de que eu fosse conseguir algo para lá poder começar uma nova vida; ao mesmo tempo que em minha mente, era meio caminho para chegar ao meu objetivo, São Paulo.
Pois bem. Pra começar, ironicamente minha meia dúzia de roupas para passar no máximo uma semana, tornou-se uma gigante mala, onde coube quase todo o meu guarda-roupa. Era o destino batucando minha cabeça.


Estava cansada, estressada, passando por um momento de reflexão em umas férias forçadas. Vou visitar meus primos que não conheço pessoalmente, por que não? Fui o que fiz, embora estranhamente isso tenha realmente passado pela minha cabeça.
Outro fato curioso é eu ir pra uma festa com alguns amigos e me despedir dos mesmos, como se aquele curto período de visita à alguns parentes fosse uma mudança. Irônico! Foi algo inconsciente, reforço... mas o fato é que me despedi, com algo me dizendo que não voltaria.
Desisti do avião - sonhos negativos e tal. Peguei o ônibus, dia 4 de dezembro. Sem frescuras nem problemas com 19 horinhas de chão. Me dispus a ir pensando e sonhando acordada.
No caminho, diversos per causos, como 2 ônibus quebrando e uma carona de ambulância. Fora isso, só pensamentos positivos.
Desembarquei em Limeira, como quem adentra em um forno há horas aceso. Ao ser aterrorizada pelo meu primo de que ali sempre era assim, já imaginava minha volta o mais rápido possível.
Grande engano.

Uma semana se passou até que minha mãe também chegasse. Conhecemos um pouco da cidade e da região. Colocamos a conversa em dia, e no meio de uma conversa normal de fim de tarde, comentei com meu primo que gostava e que queria trabalhar com edição de vídeo. Ele comentou que em Limeira não havia curso de Rádio e TV - o que eu queria-, mas que ele conhecia uma moça que trabalhava numa das emissoras da cidade, e que poderia ver com ela se havia alguma vaga para a minha área. 
Ao mesmo tempo que fiquei feliz, não criei muitas esperanças, já que me parecia impossível que me empregassem, tendo pouco conhecimento, e ainda que o fizessem, eu não me imaginava morando sozinha naquela cidade.
Enfim, mesmo assim, aceitei o "desafio". 


Uma semana se passou e eis que meu primo avisa que posso levar meu currículo até a tal emissora. Foi marcado que eu levasse numa quinta-feira, acabei levando na sexta (ponto negativo, Daiane). Com as pernas bambas para o que me esperava, meus primos me levaram até lá. Entrei com a minha mãe. Lá, todos muito simpáticos. Me cumprimentavam como se já me conhecessem. 
De fato não estava mais no Rio Grande do Sul.

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