quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Olá, Limeira! - Parte 3

Segunda-feira, 27 de Dezembro. Tranquila, mas nervosa. Não sei como descrever aquela sensação. Meu primo Cláudio me levou a pé até a emissora, para eu aprender o caminho, afinal, no primeiro dia eu havia ido de carro por outro caminho.
Saímos de casa muito em cima da hora, mas por sorte, cheguei 12h30 em ponto. Lá, conheci os editores da manhã. Fizeram me sentir em casa, a vontade. Os editores da tarde foram chegando, e eu passei a tarde sentada em uma cadeira, acompanhando o trabalho deles.

O mais engraçado é que durante duas semanas que fiquei acompanhando, as horas passavam muito rápido. Talvez pela minha sede de aprender aquilo que mais me dava prazer, e realizar o que eu mais queria: trabalhar em televisão.
Aprendi, e tinha meu lugar na mesa. Passei então a fazer parte da equipe do Jornal da Cidade.

Olá, Limeira! - Parte 2

A entrevista foi feita, conheci a emissora, e por coincidência, um dos editores estava se desligando da empresa. Até aí tudo bem, mas para a minha surpresa, fui contratada imediatamente! Isso aconteceu em uma sexta-feira, dia 24 de Dezembro. Fui chamada para uma experiência já na segunda-feira.
Saí de lá tranquila, mas desacreditada. Pra variar não pus fé em mim mesma.
E não era só por isso. Também não sabia como ficaria ali. Como ficaria ali?
Véspera de Natal, e eu queimando a cabeça, pensando no que fazer. Ficar ali e buscar uma tentativa de aprendizagem, ou aproveitar as minhas "férias" em Florianópolis, e curtir o Ano Novo com os amigos? Até hoje não acredito que coloquei isso na balança.
Com um pingo de um arrependimento estúpido, optei por tentar "ver qual é que era" a do trabalho. Falo assim porque, reforço... não botei fé; e nem tanto por achar que não iria me adaptar ao trabalho, mas sim, por achar que não valeria a pena ficar ali, sabendo que não moraria naquela cidade por muito tempo. Qual seria a vantagem?
Passei o domingo aos nervos. Por sorte e pela "cutucada" do destino, havia trago minha apostila do curso de edição na mala. Relembrei coisas básicas, mas essenciais. Projetei mil possibilidades na minha cabeça. Ficar ali, aprender por alguns dias, conseguir trabalho em outro lugar; chances, oportunidades, visibilidade. Viajei sozinha, como sempre. Não fazia ideia do que viria.


...

Os dias passam... os pensamentos ficam.

Mais um dia.
Mais um dia que passa, e que nada penso. Ou melhor, penso, mas não deixo que isso tome conta da minha vida. Pensar demais impede que se viva, já dizia... minha consciência. Planejar, buscar soluções,  fritar a cachola, só resulta em neurose. Não quero ser mais neurótica do que já sou.
Passei dezenove anos da minha vida em busca de me encontrar... e ainda não me encontrei. Mas ao menos pus para fora meus vários "eus", ou ao menos os vários "eus" que gostaria de ser.
Sei lá... pensar que deixei muito para trás, ou que é tarde para muitas coisas é se enfiar sozinha em um buraco profundo que nem se quer existe. É tudo conversa do lado negro da minha mente. Voltar a minha vida é um ato tranquilizador, mas também um ato de se contradizer, e aí vem o arrependimento, os questionamentos vão pairar sobre a minha mente, e entrarei em um looping eterno.
Não vou entrar nessa.
Talvez seja menos sortuda, menos talentosa, menos bonita, menos favorecida, menos empenhada, menos inteligente, menos consciente que o resto do mundo inteiro... mas ao menos a minha vida hoje me permite estar em um estado pleno de felicidade.
Pensar muito no amanhã nos impede de viver o hoje. Essa frase é tão verdadeira quanto dizer que 1+1 é igual a 2. Como odeio ser clichê.

domingo, 2 de outubro de 2011

Só quero ter uma segurança. Preciso confiar, acreditar.
Eu vejo o que, às vezes, não se percebe que o faço.
Sei de coisas, sinto coisas, que a dúvida me faz ter um pé atrás, para ali ficar.
A dúvida, infelizmente, sempre paira, até prove o contrário.
Ouvir de mim pedido de explicações? Jamais.
Quero apenas a sinceridade e a consciência de que meu silêncio não necessariamente faz de mim um ser desprovido do que se passa ao redor.
Sei de muito, sei mais do que deveria. Não direi que sei, mas provavelmente surgirá uma brecha pra eu questionar.