quinta-feira, 14 de abril de 2011

Eu quero viver


Cansei dessa vida de adulta.
Estou morando sozinha, em uma cidade estranha, faço minha comida, lavo minhas roupas e pago minhas contas. Embora a experiência seja ótima e essencial para qualquer um, às vezes me pergunto se não estou me cobrando demais; sim, pois desde os meus quinze anos quero a independência. Não por rebeldia, mas sim por necessidade.
Observava ao meu redor e tinha certeza que, se tentasse seguir os padrões da sociedade em que vivia, eu iria fracassar.
Eu queria seguir o que eu tinha vontade. Queria desvendar aquilo que tinha vontade de conhecer. Um mundo que infelizmente estava longe do meu alcance, mas que eu faria de tudo pra tentar alcançar.
Sonhei alto e sonhei forte. Abri mão de uma vida "confortável", mas também turbulenta e regada à coisas a qual não queria me envolver futuramente.
Sou calculista, assim como meu pai. Observo, penso, planejo, e faço. Talvez seja esse meu maior defeito. Por conta disso, deixei por muitas vezes de aproveitar a vida. Momentos a qual pensava mais nas consequências negativas ao invés dos benefícios.
Idealizo o futuro e deixo o presente a cargo da minha cabeça-dura. Sou uma marionete controlada pela minha própria mente. Olha só que ironia...
Posicionei meu corpo e minha alma atrás de um escudo, a qual me protejo dos prazeres da vida. Vivo, mas não desfruto daquilo que vivo. Critico o que foge dos padrões, mas acho legal ao enxergar de longe. Contraditório, não?
O que preciso, eu já sei: me libertar das amarras que me fizeram enxergar a vida com mais frieza. Me libertar da cobrança imposta por mim mesma.
Eu quero e preciso viver.

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